Coisas que me arrebatam #6 - mas é moda ter tecidos da moda?

No outro dia comprei uma blusa de uma marca conhecida, mas como tive de pagar a preço dela em bruto (não tendo nem direito a que ela perde-se os estúpidos ,99 cêntimos que encerravam o preço), não vou sequer mencionar a marca (sorriso vingativo).
Contudo, quando cheguei a casa é que reparei que a blusa dizia, na etiqueta : ' Algodão + Caxemira '. Pensei logo instantaneamente que foi por causa desta misturada toda que tinha pago tanto por um raio de uma blusa. Foi então que decidi fazer uma pesquisa pelo mundo têxtil. (nunca se sabe quando é necessário saber-se uma determinda coisinha) .

Foi então, através do trabalho (árduo) de investigação que tive que, hoje, consigo separar as pessoas em 4 grupos:

1. Pessoas subnutridas de moda: grupo de pessoas que simplesmente não sabem conjugar peças de vestuário entre elas ou com acessórios. Entre esta classe existem várias ramificações inter-relacionadas: Abuso de acessórios, choque de cores, padrões horripilantes, desproporção corpo/medidas das roupas,etc.

2. Pessoas com nível saudável de moda: grupo de pessoas com um consumo normal de moda. Apenas se preocupam em que as peças e acessórios combinem e se adequem a elas. Neste grupo podem existir elementos sem preocupação por marcas e outros que têm algum interesse por símbolos e etiquetas, não sendo algo de grande carácter maníaco.

3. Pessoas sobrenutridas de moda: grupo de pessoas que se preocupam mais com quem desenhou e/ou concebeu a peça que usam. A parte do ser giro e ficar bem apenas é secundária. Vulgarmente são designadas por tias apesar de josé castelo branco também seja um nome muito usado para identificar esta classe. Uma tia quer ter um vestido Prada, nem que as mamas lhe cheguem ao umbigo!

4. Pessoas com um excesso de moda ou moda mórbida: grupo de pessoas que se preocupa com os tecidos que constituem as peças, só depois com o estilista que as criou. Ficar bem é, para esta classe, um aspecto meramente de coincidência. Uma pessoa com moda mórbida preocupa-se mais em ter umas calças feitas de chambray do que se o seu rabo pareça um balão, ou então prefere ter um top de surah nem que tenha de mostar o mamalhal!

Obviamente que existem dinâmica entre estes grupos, podendo por vezes (acidentalmente) cruzarem-se. É o caso da blusa que comprei, estava-me pouco ralando ser de caxemira. Apenas gostei da dita .

Também existem ascenções e declínios na escala de moda, acompanhados da época alta (com saldos) e da época baixa (sem saldos) da moda. Durante os saldos as pessoas, por vezes, cometem loucuras só para passarem para níveis superiores. Compram toda a cangalhada seja do seu tamanho ou um pouco mais (dizem que metem uma blusinha de baixo e fica bom) só porque é de uma determinada marca/estilista e feita por um determinado tecido. Contudo acabam os saldos e acaba-se o dinheirinho. Lá voltam elas para a base da cadeia da moda.

Mais vale ter uma moda equilibrada de modo a que não hajam grandes perdas nem ganhos. Assim pelo menos estamos sempre 'modalmente' saudáveis.